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Oficinas tipográficas e fornecedores de tipos móveis atuantes na cidade de São Paulo entre 1827 e 1927.

Mapa Listagem

Elvino Pocai

Desde: 1909
Até: 1956
Atividades: Tipografia, Encadernação, Composição

A Tipografia Pocai & Weiss, cujos primeiros trabalhos aparecem em 1909, tinha como sócios Elvino Pocai e Augusto Weiss. Imprimiam mensalmente pequenas publicações e situavam-se no Largo do Arouche nº 1, no centro da cidade de São Paulo.

Em 1911, a tipografia compôs e imprimiu uma publicação muito importante para a cidade: Monographia do Theatro Municipal de S. Paulo, um folheto especial com 42 páginas, 37 fotogravuras e gravura especial em ouro na capa, distribuído no dia do espetáculo inaugural do teatro, em 12 de setembro. É deste ano também uma importante publicação do médico cientista Vital Brazil: A Defesa contra o Ophidismo, obra com 152 páginas, com figuras e fotografias impressas em papel revestido especial.

Em 1912, a tipografia situava-se à rua São João nº 280. Em 1914, após o falecimento de Augusto Weiss, a gráfica passa a assinar como Pocai-Weiss e Cia. e se instala na rua João Adolfo nº 60, também no centro da capital paulista.

Por volta de 1916, Elvino Pocai firma-se como Pocai e Cia. Com esse nome imprimiu, por exemplo, em 1917, Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, livro de estreia do modernista Mário de Andrade, que o assinou com o pseudônimo de Mário Sobral. E, logo depois, a revista Papel e Tinta, dirigida por Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade, cujo primeiro número circulou em 31 de maio de 1920, e cuja qualidade gráfica era reconhecida.

Depois de passar por outros endereços na rua Bento Freitas, na década de 1920, e firmando-se já como Elvino Pocai, mudou-se para a rua Rodolfo Miranda, hoje no bairro do Bom Retiro, fixando-se no número 207 até o final de sua vida.

Pocai era conhecido pela perfeição gráfica, e tambeem pela grande variedade de temas que produzia: livros de poemas, contos, biografias, direito e história, que lhe proporcionavam uma melhor liberdade de criação. Segundo o jornalista Henrique Matteucci, a tipografia da rua Rodolfo Miranda era pequena, com quatro ou cinco máquinas, meia dúzia de operários e uma secretária. Pocai não aceitava qualquer serviço, como por exemplo cédulas eleitorais ou pequenos cartazes. Só aceitava serviços que exigissem arte. Outro elemento que tinha muita atenção de Pocai era o colofão dos livros que, ao longo dos anos, foi composto de três maneiras diferentes. Essas assinaturas eram também sua marca gráfica. Nos três tipos de colofão constavam os dados como o nome do tipógrafo, a cidade e a data, além de ilustrações.

 

 [Por Cristiane Tonon Silvestrin]

Fontes:
BOLETIM DA INDÚSTRIA GRÁFICA. “Faleceu o sr. Elvino Pocai”. São Paulo, ano VIII, n. 83, jan. 1957, p. 17.
MATTEUCCI, Henrique. “Faleceu aos 75 Anos de Idade o “Poeta das Artes Gráficas”. Jornal Folha da Noite. São Paulo, 12 dez. 1956. Primeiro caderno, p. 10.
SILVESTRIN, Cristiane Tonon. Elvino Pocai: O Artista do Livro. Trabalho de conclusão de curso, bacharelado em comunicação social com habilitação em editoração, Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo (ECA-USP), São Paulo, 2001.


Endereços

Largo do Arouche nº 1, São Paulo - SP (1909 a 1912)

João Adolfo nº 60 (1914 a 1919)

rua Rodolfo Miranda, 207 (1920 a 1956)

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